Bem-Vindo

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

A garota dos pés de vidro


O livro é a estréia do jovem autor britânico Ali Shaw (29), pelo qual recebeu o prêmio The Desmond Elliot. Shaw cria um universo monocromático e gélido, o arquipélogo de Saint Hauda's Land. Nesse mundo branco, casos curiosos mexem com a imaginação do leitor. Somos apresentados a um delicado gado com asas de borboleta, que vive em um pântano com um curioso homenzinho; a um ser que pode
transformar todas as cores em branco apenas com um olhar, a uma doença que transforma seus portadores em vidro. O cenário é o que me chamou mais a atenção: descrito pelas lentes do fotógrado Midas Crook, cada gota de luz é tão significativa quanto as sombras de sua ausência. Precipícios, praias, campos, pântanos; tudo que tem a chance de passar por tais lentes torna-se indescritivelmente mágico e belo.
A história conta a lenta e dolorosa transformação da menina Ida Maclaird em vidro e sua busca desesperada por uma cura. Ela é levada ao arquipélogo de St. Hauda's, onde uma vez tinha ouvido estórias sobre cadáveres de vidro puro. No caminho conhece o jovem Midas Crook, um fotógrafo local. Um romance (?) inesperado surge entre os dois e Midas e Ida percorrerão todas as planícies brancas atrás da cura para a estranha doença. Paralelamente, somos apresentados ao passado de algumas personagens secundárias, uma profunda teia de conflitos psicológicos é tecida, e podemos ver toda a dor e frustração de vidas incompletas, estraçalhadas por decisões erradas. Midas luta contra as memórias de um passado sombrio, e a única pessoa que pode ajudá-lo é Ida. Ironicamente, a única pessoa que pode ajudar Ida em sua busca por um milagre é Midas.

Agora que foram devidamente apresentados ao livro, vamos falar um pouco do que eu achei. Quando o vi a venda na livraria, fui logo atraida pela capa, mas não se pode julgar um livro pela capa *com o perdão do trocadilho*, e fui ler as orelhas do livro. Gostei. Comprei. Li. Maravilhoso! XD achei que para um primeiro romance de um autor está muito bem escrito, com personagens complexas e bem estruturadas. Claro que histórias de sofridas transformações não são bem inéditas, tendo o próprio Ali Shaw citado várias de suas favoritas em uma entrevista. Clássicos como Lobisomem, Metamorfose, Dr. Jekyll e Benjamim Button *recentemente adaptada a um ótimo filme* fizeram sucesso com a mesma fórmula básica: transformações corporais que tornavam seu portador infeliz, em uma busca frenética de controlar seu próprio corpo. Apesar do aparente clichê, achei a história bem criativa e original. A melhor parte são as descrições da paisagem, as metáforas e comparações usadas para tal fim. Ali Shaw está de parabéns! =D
e para meus queridos seguidores, fica ai a dica! ;D

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