Bem-Vindo

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Outra Janela aberta

Bom, esse miniconto eu fiz para um concurso de contos com até 300 caracteres com o tema "Sustentabilidade". Estava certa de que ia ganhar, pq os concorrentes não eram essas coisas, mas depois de ter escrito o conto, vi que o concurso era restrito a certas cidades... u_u *epic fail*
Hoje tava olhando o perfil do face que premiou o ganhador, e vi que o conto ganhador é fraquíssimo XD
é realmente uma pena eu não ter podido participar... [/humildade] ganharia um tablet  ;b 
De qualquer forma, pelo menos fiz um conto novo. Mesmo não gostando de escrever sobre um tema pré definido e com a limitação dos caracteres, até que gostei do meu conto.
Bom, o guardo aqui, nesse blog que é quase uma caixinha de lembranças.









Outra Janela Aberta

 Fechou os olhos, como tantos outros o fizeram e o fazem a todo o momento, na esperança vã de que, ao abri-los novamente, verão aquilo que lhes causa repulsa extinguir-se em um bater de cílios. O menino, de cabelo molhado e face fresca, acabara de jogar uma garrafa vazia de água pela janela do ônibus. Ainda o encarou por alguns segundos antes de fechar os olhos, com um quê de inquisidor no olhar. O menino a ignorou, e continuou a batucar os dedos, ouvindo seu MP4. 
 Sabia que algo deveria mudar, onde estava a preocupação com o ambiente, a consciência de que é preciso tomar atitudes, e que elas não podem ser adiadas? Aquele menino a deixava pasma. Ignorava a já exaurida ideia de sustentabilidade? Não julgava que ele fosse alheio a ela... Não, isso não é possível! Ele simplesmente não acredita que uma garrafinha que jogue no chão tenha uma vida útil de milhares de anos, que ela não é única em sua espécie. Que, várias, juntas, entopem as veias da cidade e poluem oceanos. 
 “Não posso ficar passiva diante de tal atitude...” considerou, enfim.  Abriu os olhos, como tantos outros o fizeram e o fazem a todo momento, na esperança (vã?) de que não seja tarde demais. “Com licença”, começou; O menino virou, espantado. “O que é Sustentabilidade pra você?”. O menino, confiante, citou a definição que aprendera na escola. “Muito bem. Agora pode me dizer por que jogou a garrafa pela janela?”. Segundos de silêncio. “Desculpe.” “Não, meu rapaz, não peça desculpas a mim. Peça desculpa a ela.” “A ela quem?” “À Terra.”. O rapaz baixou a cabeça, murmurou algo inaudível, talvez outro pedido de desculpas, e voltou a levantar a cabeça. Olhava, agora, pela nova janela.

Template by:
Free Blog Templates